Léo

Compras

Você vai ao mercado com uma grande missão: fazer compras pra sua mãe.
Aparentemente é uma tarefa simples e que qualquer um faz.
Mas começa o drama, você não sabe escolher porra nenhuma.
Põe na cabeça que vai precisar de ajuda, e escolhe, pela cara de “boa velhinha” a mulher que você vai pentelhar pra escolher suas frutas.
Isso pq você não sabe se elas estão boas ou ruins, porra, tanto faz, é tudo igual mesmo.
A mulher pega o melão, joga pra cima, balança pra lá, pra cá, sente os batimentos, a pulsação, faz um verdadeiro ritual, acho que são técnicas mulherísticas, ou macumba mesmo, sei lá.
Por você, a escolha seria simples, pega o maior e sacode no carrinho e ta tudo certo.
Outro problema é o preço, nunca se sabe se algo está barato ou caro. Era mais fácil cada fruta ser 20 centavos e pronto
Vai em direção ao caixa e você já está fazendo contas de quanto vai sobrar pra si, afinal, esse árduo trabalho tem de ser recompensado. Fica puto quando sobra pouco, houve um grande erro, você foi muito honesto, comprou tudo que a mãe pediu, isso não se faz.
Chega em casa com a maior cara de santo, como se tivesse doado um órgão, sei lá, ter feito a maior boa ação do mundo. Sua mãe ainda tem a cara de pau de reclamar que o mamão veio podre, que você comprou alface no lugar de coentro, capim santo no lugar de cebolinho, que a batata tava muito cara e ainda pergunta pelo troco.